Chapada Diamantina é uma região de serras
Chapada Diamantina é uma região de serras, situada no centro do estado brasileiro da Bahia, parte de
uma vasta cordilheira conhecida por Cadeia do Espinhaço "(...) é um extenso planalto (38 000 km²),
que corresponde a 15% do Estado da Bahia" Nela nascem quase todos os rios das bacias do
Paraguaçu,
do Jacuípe e do Rio de Contas. Ali estão as maiores altitudes da Região Nordeste do Brasil: o Pico do
Barbado, com 2 033 metros, Pico do Itobira e o Pico das Almas. A formação geográfica faz parte do
conjunto de serras e planaltos do Leste e do Sudeste do relevo brasileiro e constitui-se como
prolongamento da Serra do Espinhaço, portanto, é um escudo cristalino formado no Pré-Cambriano.
Em suas variadas paisagens, com ecossistemas que incluem a caatinga, cerrado, campos rupestres e até
ilhas de mata atlântica, existem diversas áreas de proteção ambiental nas três esferas administrativas -
federal, estadual e municipal, tais como o Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Parque Estadual
do Morro do Chapéu ou a Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara.
A vegetação é exuberante, composta de espécies da caatinga semiárida e da flora serrana, com
destaque para as bromélias, orquídeas e sempre-vivas. Sua população total estimada em 2014 era de
395 620 habitantes. Sendo Seabra, Morro do Chapéu e Iraquara as três cidades mais populosas,
segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
"A Chapada Diamantina é uma vasta extensão de terras com características geográficas, sociais,
econômicas, culturais e dialetais diferenciadas do restante do estado da Bahia. Como descreve Seabra
(2017, p. 9) “[...] desponta como um conjunto de terras elevadas que parte do coração da Bahia até
alcançar o norte de Minas Gerais. Na Bahia, a região montanhosa se estende por 41.994 km2 [...]”, o
equivalente, por sua extensão territorial, a muitos países da Europa." (citado na obra: "O país do
garimpo e sua sócio-história").
A partir de 2015 o governo do estado efetuou a subdivisão administrativa do território
baiano em vários "Territórios de Identidade" (TI) dando a um deles o nome de Território de
Identidade Chapada Diamantina e integrado por vinte e quatro dos municípios localizados
na região central; além dela há o TI do Piemonte da Chapada Diamantina. Paralelamente a
esta divisão existe ainda, independente daquela, a divisão do território em treze "zonas
turísticas", sendo a Zona Turística da Chapada Diamantina uma delas.
A região apresenta características históricas e culturais peculiares, com repercussão no
vocabulário, manifestações religiosas e sociais próprias. Ali nasceram alguns expoentes
nacionais como Milton Santos, Abílio César Borges, Afrânio Peixoto, Moraes Moreira,
Histórico
Durante a última glaciação (cerca de 24 mil anos atrás) a Chapada tinha maior umidade e
clima mais
ameno, sendo então habitada por seres da megafauna, cujos restos foram encontrados em
alguns
trechos
de sua área, e que atestam que a configuração do terreno já era similar à que atualmente se
vê. A
localização de mais de quatro mil ossos, dos quais um exemplar de megatério completo, na
gruta do
Poço Azul inspirou a realização de um premiado documentário intitulado O Brasil da Pré-
História: o
mistério do Poço Azul, em 2007, exibido em mais de cinquenta países antes de sua estreia
na televisão
Quando da chegada dos colonizadores, a região norte da Chapada (Jacobina, Morro do
Chapéu), eram
habitadas por tribos de Payayás e outras etnias que, então, sofreram intenso combate na
chamada
"guerra de conquista" do território, onde os nativos, tratados como bárbaros, eram
perseguidos,
catequisados, forçados ao aldeamento, e outras formas de assimilação ou aniquilação, para
darem lugar
aos empreendimentos levados a cabo no processo de expansão lusitana do território, como a
instalação
de fazendas, currais, garimpos, etc.
A denominação genérica dada a esses povos era de "tapuias", indígenas de linguagem
majoritariamente
cariri, e que pertenciam ao tronco macro-jê. Nas áreas da Chapada praticavam o
extrativismo dos
frutos
locais (como o umbu), caça, pesca e cultivos de plantas como o amendoim, aipim, batata-
doce, etc.,
num estilo de vida nômade ou semi-nômade. A herança dessa forma de conquista fez com
que muitos
desses povos perdessem sua identidade e, até, fossem considerados extintos, como foi o
caso do povo
Payayá que, entretanto, persiste numa fazenda entre as cidades de Utinga e Morro do
Chapéu
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