Jacobina – BA: a Cidade do Ouro
Cercada por serras, morros, lagos, rios e cachoeiras, a cidade de Jacobina é uma cidade que compõe a
bacia hidrográfica do rio São Francisco. Ela está localizada no interior baiano, mais especificamente no
extremo norte da Chapada Diamantina.
O local ficou conhecido como Cidade do ouro, pois foi por causa das minas que lá existiam que os
bandeirantes, no início do século XVII, começaram o povoamento do município.
Os turistas visitam Jacobina em busca dos esportes radicais, que podem ser praticados graças as boas
condições naturais, como o rapel e biking. Além das aventuras o forte de Jacobina são as festas, a
culinária regional e o artesanato, encontrado no Mercado Municipal.
História
Ocupação indígena anterior à colonização portuguesa
Os primeiros habitantes da região foram os povos indígenas, chamados genericamente de "tapuias",
dentre os quais se destacaram os da etnia Payayá. Um deles, um velho cacique chamado Jacó, era o
mais
influente, tendo por companheira uma sábia mulher chamada Bina. Essa memória oral tem sido
reproduzida por vários moradores.
Primeiras entradas, bandeiras e início do extrativismo do ouro
Em princípios do século XVII, a invasão de bandeirantes e portugueses no interior da Capitania da Bahia
em busca de minas de ouro que haviam sido encontradas em terras do atual município de Jacobina que
eram conhecidas como o "Sertão das Jacobinas", extensa área que abrangia um território existente entre
o rio Itapicuru-Açu e o rio Paraguaçu, contribuiu para o início do povoamento da região por colonos
portugueses e mestiços luso-brasileiros e para o começo do apagamento da memória dos povos
indígenas
que ocupavam o território antes.
Uma das primeiras entradas na região em busca de minérios preciosos e do aprisionamento de indígenas
para a sua escravização foi a realizada pelo bandeirante Belchior Dias Moreia, sertanista ligado por laços
de parentesco com Caramuru, Belchior Dias alegara ter encontrado minas de prata, informação que não
se comprovou na prática. Em 1630, seu sobrinho Francisco Dias d'Ávila, que era ligado também por
parentesco aos latinfundiários da Casa da Torre, apareceu na região com o mesmo propósito do tio
Depois das entradas de Belchior Dias Moréia e de Francisco Dias d'Ávila, por volta de 1652, a região
recebe um grande contigente de pessoas com a mineração ocupando 700 bateias. Neste momento, teria
ocorrido a chegada de Antônio de Brito Correia e, depois, de prepostos da família Guedes de Brito, que era
na época proprietária de uma das maiores sesmarias do Brasil Colonial, ocupando boa parte do chamado
"Sertão das Jacobinas" e outras partes do interior das capitanias da Bahia e de Ilhéus, sendo que estes
colonizadores lusitanos vieram acompanhados com muitos colonos e escravos.
Nesse mesmo período, ocorreram as atividades de criação de gado pelos chamados "curraleiros",
vinculados especialmente às famílias da Casa da Torre e dos Guedes de Brito, além do plantio de culturas
agrícolas para a subsistência da população na região. À proporção que aumentava o fluxo de pessoas
para o garimpo na região, o arruado, a margem do rio Itapicuru-Mirim ia crescendo rapidamente
Enquanto o garimpo se ampliava pelas terras do Sertão das Jacobinas, a presença indígena na região
começa a diminuir com os indígenas remanescentes sendo submetidos a aldeamentos impostos pelas
autoridades coloniais portuguesas e administrados por missionários cristãos para fins de catequese
indígena.
Assim, no século XVII, a Companhia de Jesus fundou em Jacobina Velha (local que posteriormente
formaria o município de Campo Formoso, mas no passado pertenceu ao município de Jacobina) um
aldeamento missionário chamado de Missão de São Francisco Xavier. Esta missão jesuítica reuniu
indígenas cariris, sapoyás, separenhenhupãs, secaquerinhéns, borcás, cuparãs e payáyás
Em 1706, sob o incentivo do colono e latifundiário luso-brasileiro Antônio da Silva Pimente , possuidor de
terras na região, que havia peticionado no ano anterior para a rainha infante de Portugal, foi estabelecida
em Jacobina a Missão do Bom Jesus da Glória de Jacobina ou simplesmente Bom Jesus da Jacobina",
aldeamento indígena fundado por missionários franciscanos que contava com uma capela construída no
mesmo ano da fundação. Esta capela teria o nome de Bom Jesus da Glória e viria a ser tornar conhecida
no futuro como "Igreja da Missão"
Com o aldeamento missionário de Bom Jesus da Jacobina, os Franciscanos reuniram os indígenas
remanescente, com destaque para os paiaiás, com o propósito de catequisá-los. Esta foi a missão
religiosa que existiu por mais tempo na região, tendo existido até 1847
A Vila de Santo Antônio de Jacobina
Entrementes o progresso opulento que emanava das minas adquiria forma e a Coroa promoveu o
barulhento arraial à categoria de vila mediante Carta Régia de D. João V, datada de 5 de agosto de 1720.
Com o nome de Vila de Santo Antônio de Jacobina a nova povoação integrava as freguesias de Santo
Antônio de Pambu e Santo Antônio do Urubu.[
O lugar escolhido para ser sede foi a chamada Missão de Nossa Senhora das Neves do Sahy (atualmente
pertencente ao município de Senhor do Bonfim), aldeamento indígena fundada por padres franciscanos em
1697. A instalação deu-se em 2 de junho de 1722, em solenidade presidida pelo coronel Pedro Barbosa
Leal, na qualidade de representante do Vice-Rei do Brasil, Vasco Fernandes César de Meneses. Por estar
situada em lugar distante das minas, a sede da vila foi mudada, em 15 de fevereiro de 1724, da Missão do
Sahy para a Missão do Bom Jesus da Glória. Nesse local, edificaram-se a Igreja e o Convento de Bom
Jesus da Glória.
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