quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Geografia da Chapada Diamantina

                                             


  Geografia

 
Mapa orográfico da Bahia, com a Chapada ao centro, em formato de "V".


O relevo da Chapada é considerado do tipo apalacheano, 

marcado 

por "um relevo estrutural esculpido em antigas formações 

dobradas, exumadas pela denudação. Esse relevo caracteriza-se 

por um alinhamento paralelo de cristas e vales. As cristas 

formadas nos estratos mais resistentes e os vales formados nos 

menos resistentes", como o pesquisador M. A. Suertegaray 

registrou. Tem seu limite sul com a Serra do Espinhaço.


Seu relevo divide-se em dois grandes grupos: as serras da Borda 

Oriental e as da Borda Ocidental. Na Oriental predomina a    , 

possuindo altitudes que vão de 1 600 (a oeste) a 400 metros (a 

leste) e as cidades que a partir do século XIX viveram o ciclo do 

diamante. Na Borda Ocidental estão os cumes mais altos do estado, e cidades históricas que vivenciaram 

o ciclo do ouro, no século XVIII. 








Geograficamente o território da Chapada possui algumas divisões, baseadas na conformação 

geomorfológica das suas partes. Dentre estas, o Plano Diretor de Recursos Hídricos das sub-bacias dos 

rios Verde e Jacaré, de 1995, descreve as seguintes (em domínio público):


Serras da Borda Ocidental - "Englobam os relevos montanhosos da parte ocidental das áreas elevadas da 

Chapada Diamantina, com altitudes variando de 750 a 1 850 metros e médias situadas entre 1 000 e 1 200 

metros. A morfologia está representada por elevações residuais, com cristas orientadas e paralelas aos 

vales estreitos entalhados sobre as rochas mais friáveis (siltitos, argilitos)". 





Pediplanos Centrais- "Compreendem relevos planos que se apresentam a diferentes níveis. Apresentam 

altitudes médias que variam de 1 000 a 1 200 metros, podendo chegar a 1 300 metros na região da 

Chapada da Aldeia de Baixo e na Serra da Estiva (...) As formas de relevo que constituem essa unidade, 

englobadas de aplanamento, resultam da superfície de aplanamento que foi degradada, retocada e 

inumada, interrompida por cristas residuais de camadas mais resistentes". 


Blocos Planálticos Setentrionais – "São representados por compartimentos elevados e feições estruturais 

esculpidas sobre os metassedimentos do grupo Chapada Diamantina. Compreendem elevações residuais  

correspondentes a uma anticlinal falhada e escavada, cujas bordas, situadas no contato 

metaconglomerados/metarenitos com metassiltitos/metargilitos, são escarpadas" 

 

Divisões políticas e regiões administrativas


A formação geológica inspirou a delimitação de divisões administrativas homônimas para o planejamento 

de políticas públicas pelo Governo do Estado da Bahia. 


Na divisão realizada em 1945 pelo Conselho Nacional de Geografia, que dividia o país em "zonas 

fisiográficas" a "Zona da Chapada Diamantina" contava, na divisão territorial da época, com as seguintes 

cidades: Andaraí, Barra da Estiva, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Irecê, Ituaçu, Lençóis, Livramento do 

Brumado (atual Livramento de Nossa Senhora), Mucugê, Oliveira dos Brejinhos, Palmeiras, Piatã, Rio de 

Contas, Santo Inácio e Seabra. 


 



Em regionalização instituída em 1991, delimitou-se a Região Econômica Chapada Diamantina,

do turismo na Bahia, na qual a Zona turística da Chapada Diamantina foi por algum tempo a única 

do interior baiano e chegou a ser dividida em quatro circuitos (Chapada Norte, do Diamante, do Ouro e 

Chapada Velha).[  Em 2007, passou a vigorar uma nova regionalização que estabeleceu o Território de Identidade Chapada Diamantina,] composto por 24 municípios] e ocupado por uma população total de 

359 677 habitantes (conforme censo de 2010), sendo Seabra, Morro do Chapéu e Iraquara os três 

municípios mais populosos





Os 24 municípios do território de Identidade são: Abaíra, Andaraí, Barra da 

Estiva, Ibitiara, Itaeté, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas, 

Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga, Wagner, Boninal, Bonito, Ibicoara, 

Iraquara, Jussiape, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção e Piatã. 



cidades


Algumas cidades têm todo o seu território nos seus altiplanos, outras, contudo, apenas uma parte está ali. 

Uma relação mais conservadora relaciona as seguintes cidades: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Barra do 

Mendes, Boninal, Bonito, Brotas de Macaúbas, Érico Cardoso,


                               



 Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaetê, Jacobina, Jussiape, Lençóis,     Mucugê,  , Palmeiras,   Piatã, 

Rio de Contas,  , Seabra,  autores como Renato Luís Bandeira acrescentam aquelas situadas nas serras 

ocidentais, como , e ainda aquelas mais ao norte, 



              Clima


Possui um clima diferente da região de seu entorno, marcadamente de semi-árido, ali se caracterizando 

por tropical semi-úmido, com temperadura média anual entre 20°C e 24°C e, com a barreira orográfica 

que 

forma, possui uma média pluviométrica anual superior a 1 000 mm (em Lençóis essa média supera os 

1 400 mm) 






Hidrografia


 

Com uma extensão territorial equivalente à Bélgica, a  Chapada Diamantina é considerada um "berçário 

de rios". De fato, "a quantidade de rios é tão grande que a região é considerada um oásis dentro do sertão 

baiano" pois ali "estão abrigadas as nascentes das três maiores bacias hidrográficas do estado" 


Geologia


Pesquisador na caverna Buraco do Cão, em Seabra


A formação do relevo chapadiano data de um processo que teve 

início há 1,7 bilhão de anos, no qual agiram dois 

processos tectônicos, a formação de mares, montes e desertos 

sucessivos (como o Deserto Tombador ou o Mar Bambuí) em 

processos de sedimentação e soerguimento, levando a uma 

diversidade geológica que deram a conformação atual onde a 

Chapada destaca-se do Supergrupo Espinhaço com várias fo

rmações geológicas (como a Ouricuri do Ouro, Mangabeira ou 

a Guiné) que hoje se vê no relevo sedimentar de planaltos, 

chapadas tabulares, cuestas, etc 









A Chapada traz registros de três paleoceanos na configuração de 

suas rochas: o Mar Espinhaço formado cerca de 1 750 milhões de 

anos atrás e que, a seguir, deu lugar ao Deserto Tombador;  o Mar 

Caboclo, formado num período de há cerca de 1 100 milhões de 

anos com águas agitadas e, finalmente, o citado Mar Bambuí, de águas calmas e datado de cerca de 700 

milhões de anos atrás.[ 


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Chapada Diamantina e suas Serras