Geografia
O relevo da Chapada é considerado do tipo apalacheano,
marcado
por "um relevo estrutural esculpido em antigas formações
dobradas, exumadas pela denudação. Esse relevo caracteriza-se
por um alinhamento paralelo de cristas e vales. As cristas
formadas nos estratos mais resistentes e os vales formados nos
menos resistentes", como o pesquisador M. A. Suertegaray
registrou. Tem seu limite sul com a Serra do Espinhaço.
Seu relevo divide-se em dois grandes grupos: as serras da Borda
Oriental e as da Borda Ocidental. Na Oriental predomina a ,
possuindo altitudes que vão de 1 600 (a oeste) a 400 metros (a
leste) e as cidades que a partir do século XIX viveram o ciclo do
diamante. Na Borda Ocidental estão os cumes mais altos do estado, e cidades históricas que vivenciaram
o ciclo do ouro, no século XVIII.
Geograficamente o território da Chapada possui algumas divisões, baseadas na conformação
geomorfológica das suas partes. Dentre estas, o Plano Diretor de Recursos Hídricos das sub-bacias dos
rios Verde e Jacaré, de 1995, descreve as seguintes (em domínio público):
Serras da Borda Ocidental - "Englobam os relevos montanhosos da parte ocidental das áreas elevadas da
Chapada Diamantina, com altitudes variando de 750 a 1 850 metros e médias situadas entre 1 000 e 1 200
metros. A morfologia está representada por elevações residuais, com cristas orientadas e paralelas aos
vales estreitos entalhados sobre as rochas mais friáveis (siltitos, argilitos)".
Pediplanos Centrais- "Compreendem relevos planos que se apresentam a diferentes níveis. Apresentam
altitudes médias que variam de 1 000 a 1 200 metros, podendo chegar a 1 300 metros na região da
Chapada da Aldeia de Baixo e na Serra da Estiva (...) As formas de relevo que constituem essa unidade,
englobadas de aplanamento, resultam da superfície de aplanamento que foi degradada, retocada e
inumada, interrompida por cristas residuais de camadas mais resistentes".
Blocos Planálticos Setentrionais – "São representados por compartimentos elevados e feições estruturais
esculpidas sobre os metassedimentos do grupo Chapada Diamantina. Compreendem elevações residuais
correspondentes a uma anticlinal falhada e escavada, cujas bordas, situadas no contato
metaconglomerados/metarenitos com metassiltitos/metargilitos, são escarpadas"
Divisões políticas e regiões administrativas
A formação geológica inspirou a delimitação de divisões administrativas homônimas para o planejamento
de políticas públicas pelo Governo do Estado da Bahia.
Na divisão realizada em 1945 pelo Conselho Nacional de Geografia, que dividia o país em "zonas
fisiográficas" a "Zona da Chapada Diamantina" contava, na divisão territorial da época, com as seguintes
cidades: Andaraí, Barra da Estiva, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Irecê, Ituaçu, Lençóis, Livramento do
Brumado (atual Livramento de Nossa Senhora), Mucugê, Oliveira dos Brejinhos, Palmeiras, Piatã, Rio de
Contas, Santo Inácio e Seabra.
Em regionalização instituída em 1991, delimitou-se a Região Econômica Chapada Diamantina,
do turismo na Bahia, na qual a Zona turística da Chapada Diamantina foi por algum tempo a única
do interior baiano e chegou a ser dividida em quatro circuitos (Chapada Norte, do Diamante, do Ouro e
Chapada Velha).[ Em 2007, passou a vigorar uma nova regionalização que estabeleceu o Território de Identidade Chapada Diamantina,[ ] composto por 24 municípios[ ] e ocupado por uma população total de
359 677 habitantes (conforme censo de 2010), sendo Seabra, Morro do Chapéu e Iraquara os três
municípios mais populosos
Os 24 municípios do território de Identidade são: Abaíra, Andaraí, Barra da
Estiva, Ibitiara, Itaeté, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas,
Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga, Wagner, Boninal, Bonito, Ibicoara,
Iraquara, Jussiape, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção e Piatã.
cidades
Algumas cidades têm todo o seu território nos seus altiplanos, outras, contudo, apenas uma parte está ali.
Uma relação mais conservadora relaciona as seguintes cidades: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Barra do
Mendes, Boninal, Bonito, Brotas de Macaúbas, Érico Cardoso,
Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaetê, Jacobina, Jussiape, Lençóis, Mucugê, , Palmeiras, Piatã,
Rio de Contas, , Seabra, autores como Renato Luís Bandeira acrescentam aquelas situadas nas serras
ocidentais, como , e ainda aquelas mais ao norte,
Clima
Possui um clima diferente da região de seu entorno, marcadamente de semi-árido, ali se caracterizando
por tropical semi-úmido, com temperadura média anual entre 20°C e 24°C e, com a barreira orográfica
que
forma, possui uma média pluviométrica anual superior a 1 000 mm (em Lençóis essa média supera os
1 400 mm)
Hidrografia
Com uma extensão territorial equivalente à Bélgica, a Chapada Diamantina é considerada um "berçário
de rios". De fato, "a quantidade de rios é tão grande que a região é considerada um oásis dentro do sertão
baiano" pois ali "estão abrigadas as nascentes das três maiores bacias hidrográficas do estado"
Geologia
A formação do relevo chapadiano data de um processo que teve
início há 1,7 bilhão de anos, no qual agiram dois
processos tectônicos, a formação de mares, montes e desertos
sucessivos (como o Deserto Tombador ou o Mar Bambuí) em
processos de sedimentação e soerguimento, levando a uma
diversidade geológica que deram a conformação atual onde a
Chapada destaca-se do Supergrupo Espinhaço com várias fo
rmações geológicas (como a Ouricuri do Ouro, Mangabeira ou
a Guiné) que hoje se vê no relevo sedimentar de planaltos,
chapadas tabulares, cuestas, etc
A Chapada traz registros de três paleoceanos na configuração de
suas rochas: o Mar Espinhaço formado cerca de 1 750 milhões de
anos atrás e que, a seguir, deu lugar ao Deserto Tombador; o Mar
Caboclo, formado num período de há cerca de 1 100 milhões de
anos com águas agitadas e, finalmente, o citado Mar Bambuí, de águas calmas e datado de cerca de 700
milhões de anos atrás.[
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